querido 2020
obrigada.
foi muito fixe ter uma boa razão para usar a saladeira.
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obrigada.
foi muito fixe ter uma boa razão para usar a saladeira.
o Trovão começou a habitar o terreno numa parceria conjunta entre a senhora que me deu à luz e o dono do Trovão. um win / win: o Trovão tem comida e o terreno fica limpo.
a primeira vez que o Trovão foi para o terreno foi há uns 3 ou 4 anos. não me lembro bem e sou péssima para datas.
não tinha ideia de como seria a relação entre um cavalo e as pessoas e para mim foi uma surpresa ver como ele reconhecia a minha mãe e até a minha voz. comia da nossa mão e deitava-se no chão, a rebolar, quando estava muito contente. não reagia ao félix e o félix também não reagia ao Trovanito, quando se encontravam no terreno.
há dias o Trovão adoeceu e em apenas dois dias a situação agravou-se e acabou por falecer. nunca pensei chorar por causa de um cavalo. não era um cavalo qualquer, era o Trovanito.
que companheiro.
cá em casa nunca houve o hábito de fazer festas de aniversário. eram coisas dispendiosas e manteve-se a tradição de apagar as velas e comer uma fatia de bolo, em família. há muitas fotografias desses tempos: eu a soprar as velas, ao lado do mano - e ele a soprar as velas do bolo dele, comigo a seu lado. o mano faz anos a 30 de maio e eu a 2 de junho. três anos de diferença e tantas diferenças. e uma sintonia estranha.
e eis que fiz 40 anos. é mesmo só um número, pois não sinto assim nada de diferente. para celebrar fui fazer 4 tatuagens, uma por cada década de vida (mentira, fui fazer 4 rabiscos pois fica-me mais em conta e o rapaz dá uso à agulha como deve ser). marquei a sessão com alguma antecedência pois precisava perceber se o que tinha no mealheiro chegava para o que queria fazer. não comentei com ninguém, mas percebendo que o mano estava de férias, mandei sms: "queres vir comigo? vou fazer umas tattoos?" ao que o mano respondeu que estava ocupado e não ia dar.
mais tarde ele mandou uma foto com a razão da sua "ocupação": pois é, também ele tinha ido tatuar-se, sem dizer nada a ninguém. "somos mesmo irmãos". e somos. com tudo o que temos de diferente, há coisas que são muito nossas.
os manos Sousa são assim: comemoram o aniversário em silêncio, com tatuagens ou com o que lhes apetecer. deixámos de soprar velas há uns anos, mas isso não significa que não haja outros momentos doces, em família.
na semana passada o ornatos foi à revisão: a matrícula é de 2012 e estava na altura da segunda revisão da sua vida tão violeta.
comentei com mamãe Sabel, numa de colocarmos a conversa em dia. o que fizeste, o que aconteceu e blá-blá-blá afins. "ah e hoje fui à ginecologista, consulta de rotina", acrescentei. e mamãe saiu-se com esta:
"está certo: foi tudo fazer a revisão, tu, o carro. e tudo sem anomalias".
simplifiquemos as coisas, minha gente. a visita ao médico ginecologista deve acontecer anualmente, numa perspectiva de prevenção ou sempre que haja algo que nos parece menos bem, com o nosso corpo. não vamos falar do desagradável que é o "querido" papanicolau, que nos faz sentir mulheres. ou mesmo das eco com sonda. hey, but a girl has got to do what a girl has got to do.
acreditem que vale a pena "picar o ponto" anualmente, nesta consulta. arriscam-se a descobrir que têm uns ovários muito bonitos (sou tão bonita por dentro).
ah e não esqueçam de apalpar as vossas mamas. sim, isso mesmo. leram bem.
as idas ao médico deveriam ser, sobretudo, actos de rotina, numa perspectiva preventiva. combinado?
em 1998, a cadela dos pais de um amigo teve uma ninhada. pouco tempo antes, o meu avô tinha tido um avc, ficando com a fala afectada. como passava muito tempo na horta, sozinho, precisava de uma companhia com quem falar. o Farrusco entrou, assim, na nossa vida.
entretanto, a minha avó faleceu. uns tempos depois, o meu avô adoeceu e o Farrusco veio morar cá para casa. viveu com os cães que fizeram parte da minha durante estes 19 anos. foi sempre muito sociável, com pessoas e cães.
enjoava quando andava de carro. ir ao veterinário era uma tortura. gostava de todos os tipos de fruta. tinha mau hálito. aturou o Friqui Dog e o seu mau feitio. o Félix e a sua energia imparável.
nos últimos meses, o Farrusco deixou de andar, de ver, de ouvir. mas comia bem: às 19h começava a ladrar para jantar. estava consciente, mas muito debilitado. o Félix e o Friqui foram sempre uns amores: aqueciam-no, dormiam com ele. à sua maneira, cuidavam dele.
uma despedida nunca é fácil. e nestes momentos pensamos sempre que ter animais de estimação é doloroso. quando morrem é doloroso. ficam os 19 anos, as boas memórias e algumas fotografias.
já tenho saudades.
dá para perceber como é que me apaixonei por este miúdo, assim no primeiro passeio?
não comprem, adoptem.
www.uppa.pt | uppa.adoptantes@gmail.com
2016,
estou a caminho.
XoXoXxox
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