esta foto tem um ano e picos. foi tirada na fábrica da super bock, a propósito de um trabalho que fiz para a flag.
as minhas fotos de 2020 são muito à base do printscreen. o trabalho que fiz fora de casa, em janeiro, fevereiro e março deste ano parece que já aconteceu há 10 anos.
se é para balançar o ano, balancemos. balancemos todos os dias, procurando o equilíbrio.
a nossa saúde mental foi afectada de uma maneira profunda, pois aquilo que temos de tão humano, a vida social, a proximidade com os outros, foi-nos retirado - a bem da nossa saúde.
procurámos resistir e re-existir, existindo de outras maneiras. jantámos com amigos no zoom, demos e assistimos a aulas online, agendámos 1001 videoconferências. habituámo-nos a colocar o nariz e a boca dentro da máscara e a ter o sabão como o nosso melhor amigo.
se é para balançar, balancemos. balancemos todos os dias, procurando o equilíbrio - digo eu, que sofro de meniére há 9 anos.
recebi ontem (ou hoje?) o relatório de estatísticas aqui do blog. confesso que nem me lembrava que este blog existia. tendo em conta a minha ausência declarada, irei surpreender-me se alguém estiver aí desse lado do écran, a ler.
e compreendo: eu também desistiria de me visitar. bom, eu até que esqueci que existia, aqui neste canto.
o Trovão começou a habitar o terreno numa parceria conjunta entre a senhora que me deu à luz e o dono do Trovão. um win / win: o Trovão tem comida e o terreno fica limpo.
a primeira vez que o Trovão foi para o terreno foi há uns 3 ou 4 anos. não me lembro bem e sou péssima para datas.
não tinha ideia de como seria a relação entre um cavalo e as pessoas e para mim foi uma surpresa ver como ele reconhecia a minha mãe e até a minha voz. comia da nossa mão e deitava-se no chão, a rebolar, quando estava muito contente. não reagia ao félix e o félix também não reagia ao Trovanito, quando se encontravam no terreno.
há dias o Trovão adoeceu e em apenas dois dias a situação agravou-se e acabou por falecer. nunca pensei chorar por causa de um cavalo. não era um cavalo qualquer, era o Trovanito.
as 'ssoas que se estão a marimbar para a narrativa pessoal e arriscam "andar para trás" e mudar de vida têm o meu respeito.
é o cha, cha, cha, bebés.
e não temos de ter todos o mesmo percurso. somos diferentes e nem todos começamos a gatinhar ao mesmo tempo. essa diferença começa no dia em que nascemos.
nos últimos tempos tenho vindo a ser convidada para conversar com 'ssoas-que-pó-de-castam. a experiência é rica, para mim, pois estou num papel que não me é habitual: sou a pessoa a quem fazem perguntas. esta inversão de papéis enriquece-me pois mostra-me que curiosidades têm os outros em relação ao meu trabalho, ao que penso, aos meus projectos.
resolvi fazer uma compilação dos podcasts por onde já passei. ora cá vai:
em breve haverá novidades. e não, não vou criar o meu podcast. já tenho este blog, o blog da filosofia, o blog do website, o #twitterchatpt, a newsletter e outras cenas que me ocupam o tempo. para já, não haverá pó-de-caste joanino.