tenho o carro na oficina
E o que mais me custa é pensar que as minhas pulseiras estão lá, penduradas na cena das mudanças e espalhadas pelo carro fora. E o lixo que se acumula aqui e ali. Eu bem disse ao mecânico: sabe que quando trago aqui o carro à revisão tenho o cuidado de o limpar e tal. Mas desta avaria não estava à espera.Tecnicamente chama-se um imprevisto.
E vai sair um bocadinho caro. Sim, a reparação é possível. E vale a pena, num carro com 10 anos e 135 000 km? Oiça, como é que dizia o poeta: tudo vale a pena, quando a alma não é pequena e assim.
Quando comprei este carro, o critério foi: tenho X euros e vamos ver o que é que se pode comprar com isto. Nem escolhi a cor. Queria o carro que estivesse disponível mais rapidamente, porque necessitava mesmo de ter um veículo próprio. Nem escolhi extras. Nunca lhe comprei um rádio, sequer. Os senhores do stander ofereceram-me um e eu fiquei toda contente. Ainda é daqueles sem entradas usb e com um leitor de cassetes (avariado). Tive uns tapetes de borracha que me duraram 10 anos e que me custaram, na altura, 4,99eur (os quatro). Nunca investi muito no carro, no que a acessórios diz respeito. Mas sempre olhei pelo seu interior, atenta aos barulhos e ao que pudesse estar a correr menos bem. Cumpri com as revisões.
O meu carro espelha muito a minha visão do mundo e o modo como lido com as aparências: não quero saber. O carro anda, normalmente, 1 a 2 anos sem ser lavado e é aspirado de longe a longe. Confunde-se facilmente com os ecopontos, com a quantidade de lixo (tudo matéria imperecível, sem cheiro) que por lá habita. Ainda tem, na antena, todas as fitas dos casamentos a que já fomos.
E as pulseiras, pah?