no facebook, como na vida
o António, pah. o que é feito dele? há que tempos que não o vejo no facebook. será que está tudo bem.
(e eis que nós encontramos o António, por acaso e lhe perguntamos)
António, o que é feito de ti? Não tens escrito nada no facebook?
(agora já não se pergunta como vai a vida, diz-se: vejo o que tens feito, no facebook, ou não apareces no facebook, pah)
e o António diz: não pah, ainda ontem partilhei o meu jantar, fiz um esparguete à bolonhesa fabuloso. com três filtros do instagram até parece um prato do masterchef. e a minha namorada, a Rute, partilhou um daqueles sumos detox que toda a gente bebe agora
. é isso mesmo. tal como na vida, no facebook nós só nos encontramos com quem mantemos uma relação no interior da rede. reparem lá no nº de amigos que têm e naqueles que habitualmente encontram no feed. pois é. o facebook reforça as ligações que encontra (porque comentamos isto ou aquilo e fazemos likes aqui ou ali) e as outras pessoas desaparecem. para as encontrar, temos que ir à procura deles. temos que fazer um esforço: pesquisar o seu nome no fb, enviar-lhe mensagem ou sms. na loucura, combinar um café.
«um dia destes combinamos.» um dia - pode ser hoje?