[hummm mas a peça tem outro título… como era mesmo?] Ainda estou a bocejar das horas de sono que o Nuno Lopes, perdão, que A Cidade [exacto, era isso!] me roubou.
São três horas e meia de teatrices, no São Luiz, onde os textos de Aristófanes são reinventados por um grupo de actores sobejamente conhecido.
Sobejamente conhecido é também Aristófanes, dramaturgo grego, autor de várias comédias. As Aves, As Nuvens ou As mulheres na assembleia terão servido de base para o espectáculo A Cidade. Nele temos a oportunidade de assistir a reflexões sobre a ética e a condenação da sofística (que segundo o ateniense era fonte de subversão dos valores religiosos, éticos, sociais e políticos). Aristófanes era um sátiro e o seu alvo eram as figuras da cidade. N’O Nascimento da Tragédia, Aristófanes é celebrado por Friedrich W. Nietzsche como um dramaturgo que escreve imbuído do mais profundo espírito dionisíaco.
Da peça fica-nos a imagem do Nuno Lopes só de meias e com uns boxers a tapar-lhe as «vergonhas» [uma coisa mesmo, mesmo, dionisíaco era o nu integral… era, era]. Fica-nos a imagem do Gonçalo Washington [acho que este nome também é um bocadinho ao lado] com um fatinho verde e asinhas nos pés. Um Bruno Nogueira magro (que dói) e um naipe de outros actores à altura do propósito que é a reinvenção de clássicos da comédia grega. Aqui, a reinvenção é estética, sobretudo visual. Ainda que o cenário seja profundamente estéril, a reinvenção é operada a partir das roupas dos actores e um ou outro traje mais simbólico.
Saí da sala [com o rabo quadrado… irrraaaaaaaa 3h30m depois já não sabia como havia de me sentar] com a sensação de que faltou risco. Faltou encarnar Dionísio!
e aproveitámos para efectuar o recenseamento na Cidade
tempo houve para falarmos de botas que apertam nas pernas, de vestidos chiques, de gloss que se quer MUITOOOOOOO comprar e que não está disponível para testar, de crianças que nos tiram do sério, de 'ssoas cinzentas que invadem a nossa vida, de #coisasboas, de carros e bicicletas... enfim!
O Benfica ganhou contra o Rio Ave. Já tenho bilhete para Metallica e encontrei um orientador para a minha tese (e o tema já está definido). Manu lindu já pode começar a pedalar como se não houvesse amanhã, os amigos não me faltam por perto. Há 1001 projectos no ar, livros abertos por todo o lado. Bons filmes para ver, boas companhias para partilhar. Um Starbucks no Chiado para visitar. Mais um seminário «interrogativo» a caminho.
É isso. Uma espécie de harmonia. Como se a música das esferas celestes estivesse entre nós.